Acho que é hora de juntar meus pedaços e me reconstruir, criar um mosaico de mim e ver se surge uma nova mulher.
Vou tentar pegar o que tenho de melhor, buscar lá no fundo o que deixei largado, o que esqueci de cuidar, os sonhos que não persegui e abandonei no meio do caminho.
Vou abandonar a vontade de sumir e assumir a vontade de aparecer. Esquecer a idéia de ser só mais uma na multidão e acolher a multidão que há em mim. Ser o que eu quiser ser hoje sem pensar no que posso ser amanhã.
Vou chorar as lágrimas que tiver de chorar e, quando sentir vontade, por que não gargalhar? Vale também chorar de tanto rir.
Dançar, quando me der vontade. Cantar o que me vier à cabeça. Conversar com meus bichos e plantas, sem medo de parecer ridícula.
Vou pintar as unhas de vermelho, os lábios também, por que não? Posso vestir vermelho da cabeça aos pés, usar a cor que eu quiser, a cor que me faça sentir bem.
Vou ser eu mesma, sem representar um papel, sem medo de desagradar quem quer que seja. Deixar de fingir que algo me agrada, quando na verdade me incomoda. Foda-se quem não gostar!
Vou me reinventar, pegar só o que gosto, juntar em um mosaico e me tornar o que sou, só que muito melhor.
