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Eu

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Posse, Goiás, Brazil
Estou em eterna construção. Sou uma obra inacabada. Me reinvento a cada dia. Ao acordar, posso não ser exatamente como fui ao me deitar. Não sou indecisa, sou flexível. Posso mudar de opinião, mudar de roupa, mudar meus gostos, mas minha essência, essa não muda jamais e a melhor palavra pra me definir é: imperfeita.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

O que falarão de mim depois que eu morrer? Será que dirão que fui uma boa filha? Uma boa mãe? Uma irmã carinhosa e atenciosa? Passamos a vida inteira fingindo não nos importar com o que as outras pessoas pensam ou falam de nós, mas e depois que morremos? Será que importa?
Não importa o que vão dizer, pois o que quer que digam de mim depois da minha morte será mentira.
Não fui a filha exemplar, nunca gostei de obedecer ordens, fui pirracenta e rebelde. Como todo filho, achava meu pai um herói, minha mãe era uma rainha, eram as pessoas mais perfeitas do mundo, mas quando a gente cresce vê o mundo, e as pessoas sob uma ótica diferente. O engraçado é que você passa praticamente uma vida inteira tentando ser diferente de seus pais, para um dia descobrir que você é exatamente igual a eles, que você tem a mesma postura, as mesmas atitudes, e não se envergonha disso, pelo contrário, tem orgulho.
Nunca fui uma boa mãe, a maternidade é mais do que eu poderia imaginar e por mais que eu ame minha filha, sempre acho que meu amor não é suficiente, sempre acho que deixei algo a desejar e que poderia ter amado mais, poderia ter feito mais, não sei em que ponto me perdi e comecei a fazer tudo errado, mas nunca fui a mãe que imaginei ser.
Como todo filho do meio, fui carente. A minha vida inteira. E toda pessoa carente tenta chamar a atençao das pessoas de alguma maneira. Nunca fui bela, então a única forma que encontrei de chamar a atenção para mim foi tentando parecer inteligente. Durante muito tempo fingi ser inteligente, e fingia tão bem que enganava até a mim, mas a vida tratou de me ensinar que eu não nunca fui assim tão inteligente e, desapontar as outras pessoas até que não dói muito, o que machuca mesmo é desapontar a si mesmo...
Eu acreditava nas pessoas, acreditava na bondade, que por pior que a pessoa fosse, ela tinha também um lado bom. Acreditava que se eu fosse amiga de uma pessoa, ela seria minha amiga também e se eu não fizesse mal a nenhuma pessoa, ninguém me faria mal também. Ingênua, eu? Não. Idiota. Cega. Um dia consegui enxergar o quanto as pessoas podem ser más, o quanto uma pessoa pode, conscientemente, prejudicar outra. Senti na pele, não uma, mas várias vezes. Aprendi a lição? Não. Continuei acreditando nas pessoas, e quebrando a cara.
Tive sonhos. Vários sonhos. Alguns eu realizei, alguns eu abandonei, outros foram arrancados de mim, de forma cruel, como se eu não merecesse sonhá-los. O que ser quando crescer? Nunca soube. Quis ser médica, advogada, adminstradora... Só tinha uma certeza em toda a minha vida: jamais seria professora! Por ironia da vida, me tornei professora, mas tenham certeza de uma coisa, a cada aula que dei, morri um pouquinho e não há nada pior do que morrer aos poucos.
Quando eu morrer, não precisam mentir a meu respeito. Podem falar a verdade! Podem dizer que eu fracassei. Digam que eu tentei ser uma boa filha, tentei ser uma boa mãe. Tentei ser inteligente, não acreditar tanto nas pessoas e me acertar profissionalmente, mas é difícil acertar o caminho quando não se sabe onde quer chegar.
Poderá ser difícil falar de mim, por isso vou ajudar vocês: falem que eu fui tímida, que gostava de flores, de bichos, de ler, dançar e sonhar. Falem que apesar de todos os tombos que a vida me deu, eu gostava de viver, mas munca tive medo de morrer.

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